A bovinocultura de corte é realizada em sistema de Ciclo Completo (cria, recria e terminação), utilizando a raça sintética Brangus e Red Brangus, com o primeiro acasalamento das fêmeas aos 2 anos de idade e abate e/ou venda de machos até 2,5 anos. O sistema alimentar utilizado é a base de forragem (campo nativo, campo nativo melhorado e pastagens cultivadas).

A produção pecuária na Estância do 28 trabalha com algumas diretrizes:

• Diferentes categoria animal em adequada quantidade e qualidade dos campos;
• Melhoramento de campo nativo com sobressemeadura de azevém, com foco na reprodução;
• Estrutura do rebanho de cria em torno de 800 ventres em produção, distribuído da seguinte forma: 50% de vacas com cria, 24% de primíparas e 26% de novilhas;
• Manter índices de prenhez acima de 75% e reposição de ventres com novilhas de 2 anos, entre 25-30%;
• Comercialização dos machos com no máximo 2,5 anos de idade (terminados ou de invernar);
• Atingir produção de no mínimo 120 kg peso vivo por hectare por ano.

Manejo Alimentar por categoria

Recria de fêmeas:

Fase 1: terneiras do desmame até 1 ano em pastagem cultivada de inverno.

Fase 2: novilhas de 1 a 2 anos em campo nativo e/ou campo nativo melhorado.

Sistema de Cria:

Vacas primíparas (3 anos) – do parto ao diagnóstico de gestação, em campo nativo melhorado.

Vacas adultas prenhas, em campo nativo. As vacas falhadas são terminadas em pastagem no Capivari.

Touros são manejados em campo nativo. 

Recria de machos:

Terneiros do desmame até 1 ano em pastagem cultivada de inverno.

Terminação de machos:

Novilhos de 1,5 a 2,5 anos em pastagem cultivada de verão e/ou inverno. Nos últimos anos, em 2019 esta categoria foi comercializada para invernar.

Manejo do gado de cria

O serviço reprodutivo é iniciado no final de outubro estendendo-se por 75 dias nas vacas com cria ao pé desde o período reprodutivo de 2014/2015. As novilhas são submetidas à inseminação artificial, realizada por um período de 42 dias com repasse de touros por mais um cio, totalizando 63 dias de serviço. 

O diagnóstico de gestação é realizado 30 dias após o término do período reprodutivo que é no dia 31/01, com objetivo de descartar os ventres falhados e destiná-los aos cursos de IA e posterior terminação .

O desmame dos terneiros é realizado aos seis meses, momento em que ainda há boa disponibilidade de alimento natural que permita a recuperação das vacas para a gestação atual e que os terneiros se adaptem a nova dieta antes do inverno. 

Até os sete meses os terneiros são marcados, vacinados e dosificados segundo as determinações técnicas. 

Tabela 6 – Composição do rebanho de cria e taxa de prenhez entre 2017/2018 a 2019/2020

Salienta-se que a categoria de primíparas é a mais sensível devendo ser atendida em termos nutricionais de forma mais adequada ou mesmo com um desmame interrompido ou precoce para atingir pelo menos 60% de prenhez. Em janeiro de 2020 foi realizado o desmame de 100 primípara para atingir este índice.

Na safra 2018/2019 foram retidas 104 vacas falhadas em função do baixo índice ocorrido na safra anterior. A safra 2019/2020 foram somente de animais com cria e novilhas.

Tem-se como meta a produção mínima de 600 terneiros.

Recria e Terminação de Bovinos 

Todos os terneiros machos são direcionados para as pastagens nas várzeas no primeiro inverno. A partir de 1 a 1,5 anos vão sendo encaminhados às áreas de pastagem cultivada de verão. Os primeiros lotes são comercializados a partir dos 18 meses e os últimos aos 30 meses. 

As vacas e novilhas que não apresentam prenhez positiva, após o diagnóstico de gestação, em parte são destinadas à unidade do Capivari, são utilizadas nos cursos de inseminação artificial e posteriormente terminadas para abate. Vale ressaltar que estes animais sofrem um atraso na velocidade de engorda em função das perdas de peso causadas pela utilização das mesmas nos cursos.

 Em 2019 houve uma mudança na proporção das categorias comercializadas em função da falta das boas pastagens provenientes da integração lavoura-pecuária e oportunidade de mercado. Foram comercializados mais animais jovens de invernar, em especial novilhos.

Gráfico 2 – Machos e fêmeas comercializados nos últimos 3 anos:

Indicadores Técnicos

A produção de carne é medida em 30 de junho de cada ano, quando é avaliada a variação do estoque bovino. Consideram-se as diferenças de carga total e a produção vendida no período em relação à área pastoril. 

Os valores atingidos são considerados satisfatórios, ressaltando que as condições de solos, relevo e qualidade do campo natural apresentam muitas limitações. 

Tabela 7 – Produção de terneiros, desfrute e Produção de carne de 2016/2017 a 2019/2020:

*Dados ainda não finalizados

Índices Econômicos

Os índices econômicos da pecuária de corte são medidos através do resultado por unidade de área e pelo resultado por unidade (kg) vendida.

O gerenciamento das despesas é feito partindo-se de uma orçamentação anual e controle do fluxo de caixa. Nos custos da pecuária de corte está atribuída toda a despesa com insumos pecuários (vermífugos, vacinas, medicamentos, sêmen, etc.), insumos para implantação de pastagens e suplementação, mão-de-obra e despesas ligadas ao pessoal (alimentação e impostos) bem como os custos administrativos ponderados por atividade agrícola.

As receitas da atividade são provenientes das vendas de fêmeas e machos para o abate (maior parte) e terneiros. A venda de uma ou outra categoria depende da disponibilidade de forragem, isto explica a variação no peso médio de venda de bovinos.

Na tabela 8 está relacionado o número de cabeças vendidas, peso vivo médio e preço recebido por quilo de peso vivo. Houve um aumento do peso médio de venda.

Tabela 8 – Resumo da venda de bovinos de 2016 a 2019.

Tabela 9 – Índices econômicos da pecuária de corte por quilo em 2015/2016 a 2018/2019

Tabela 10 – Índices econômicos da pecuária de corte por hectare em 2015/2016 a 2019/2020